de hoje e de ontem

corpos desfazados da mente. ontem vi the doors.
consegui tocar com os pés na cabeça. agora só não quero mais disso.
se com o sol não fizesse calor. porque se lambe a roupa de suor. não andariam sem roupa. porque não deixam.
abalou-se-me o mundo como a perder o chão. meses de trabalho evaporados digitalmente. não se partiu nada. desapareceu apenas o que nunca existiu. empurrões da maldição virtual.
e se tive agendas. e se fui organizada. já não sou mais. porque não sei escrever. ou porque não sei ler. ou porque não quero mesmo.
e se a prisão é feita de carne. e de uma mente desfazada. e de um corpo perdido. só para lá foi quem quis. ou quem não conseguiu. ou foram feitos perdidos. ou nada disso. será que quiseram mesmo?
o acne abandona a pele. ou a pele abandona o acne. pontualmente. já não se incomodam. e existem cremes. de dia e de noite. de lanche e de ceia.
os quase adultos começaram a ficar de maior tamanho. sérios. de problemas sérios. de decisões sérias. de capitais sérios. de quereres a sério.
e já ninguém diz quando se devem cortar as unhas. incomodam apenas.

ontem vi un pedazo de noche.