7/22/2008

mardi matin




















Às seis da manhã chega-me a raiva cega. A tremerem-me os músculos, vai-se a voz, e todas as palavras que tenho sempre a mais. Suo as estopinhas, tenho um monte de bichos a entrar-me pelo quarto adentro, aos grunhos, como em jeito de desculpa. Só podem ter sido contratados, para ver o tamanho imenso da minha paciência.
Tenho que tapar as pernas.
Contigo no estrangeiro, fico incumbida de os enviar, directamente, para o inferno, onde vão, apenas para continuar a gritar do jardim, mesmo abaixo da minha janela. Ainda há um que me pede um cigarro, não fumo, seu idiota. E a outra que me agarra os braços e pede desculpa... quase chora, quase é madalena, quase lhe parto os ossos, só com a força da vontade.
Se estivesses aqui, ao menos...
Sete e meia, pode ser que ainda dê meia hora, as pernas já estão dormentes. Tu, desmaiado, cais constantemente de pés calçados, transpirado, em cima de mim e do meu sono, assassinado. Maldito sejas.

São nove, o cansaço tratou do resto e foi-se embora a manada.
Vou trabalhar.





Quatro e meia da tarde: acorda, quero chamar-te estúpido.


1 comment:

Anonymous said...

:'(