5/24/2009

domingo

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Domingo A

Merda de mosca varejeira que anda por aqui. Ninguém por perto para me ouvir resmungar, ou mesmo fazê-lo comigo. Falo para o ar infesto, maldição, odeio estar só. E não me consigo lembrar da regra dos quês e mes e ses antes do verbo ou do sujeito, aquela que a Antónia explicou. Domingos são quase sempre uma merda. Mas segundo a minha prima, são dias de família, ninguém deve trabalhar e toda a gente deve descansar. O quê? Vens de onde? Eu não tenho uma quinta para ouvir os passarinhos. E não gosto de passear sozinha para agradecer aos anjos a puta da vida, qualquer dia devia dar para descansar, e não tem de ser hoje.

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Frequentemente, o medo do confronto empurra-me a cabeça confiantemente lá p'ró fundo. E estando no primeiro andar, ainda tenho mais um por baixo, além do inferno claro.

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Ensinamentos

É preciso estar presente e ouvir, coisas sobre design e felicidade. Ordinary can be extraordinary, nada de novo aí. Uma multiplicidade de tarefas e técnicas, vistas e meios que devemos tentar. Relembrar ao povo que pode ser extraordinariamente bom se nascer com aquilo do talento. Se não, pode sempre ser parte da mole votante esquizofrénica comum, que compra chouriço ao domingo. O que não tem de ser propriamente mau.

Pensar sobre os números e informação à nossa volta. Entender a rede que embrulha o chão, as paredes, a varejeira, a luz, o cão dos vizinhos, as escadas da calçada e essa árvore à janela. Não é preciso comer com tudo. É preciso sim, realidade livre e acessível. 

Mais o cabrão do insecto que entra pelo ouvido para gritar-me no cérebro. Que nojo. 


Domingo B

Finalmente, vou-me levantar e ver o museu novo.
Não quero e duvido que  vá seguir o mapa que me manda limpar a casa de banho, sendo isso o que me calha esta semana.

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