Há dias em que me sinto grande, demasiado grande para o espaço que me foi dado a ocupar. Em semelhantes ocasiões, tento estar no mundo da forma mais causal possível, tendo ainda assim em conta a estranheza que é andar por aí com um corpo maior que eu própria.
Com todo o peso que me é dado a carregar, fico manifestamente mais vagarosa. Na lentidão esperada, passa todo um mês e não escrevo uma única linha. O tempo, tal como o espaço extrapolado em que me vejo permanecer, expande-se demasiado depressa e apesar do meu tamanho sou facilmente expelida em direção à estratosfera.
Abalada, dou conta da estupidez lacinante em que me deixei flutuar. O momento pretenso termina e volto a por os pés no chão, agora com o meu volume de volta à normalidade e a gravidade a fazer finalmente o seu trabalho.
É tempo de reflectir, sob a absurda evidência que isto vai sempre dar tudo ao mesmo.
Christopher F. Foss
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