11/10/2007

putas

desilusao por sermos tao dislexicos
e nos enganarmos na direcção das rotundas
por deixarmos o skip para tras na fila indiana
e assim não lavarmos os lençóis imundos

desilusao por sermos tao ignorantes
e ser a decadencia o que mais convém
por estarmos tão furiosos e sociáveis
de pele fresca e esfregada

porque nao sabemos estar
quando queremos partir caras
porque nao sabemos manifestar
toda a revolta categórica

porque nada é como deve ser
porque nada é como se quer
em assuntos destes
da moral e bem-saber

11/09/2007

weeelcoommme I



O primeiro convidado e não último,
da casa nova.

11/05/2007

10/30/2007

Sabe quem esta mal? O Beckham

As pequenas coisas da vida
(que nos agradam)

Cheios delas, cheios disso
Das coisas e da vida, estamos nós.
E de sermos génios.

Ainda não aprendi nada disso

Sejamos sociais, filhos dos nossos pais,
Trabalhadores assíduos e máquinas sexuais
Sejamos donos de quem quisermos,
Menos de nós mesmos.

Invadamos a liberdade ao próximo.

Demos cabo dos altruístas,
Dos pacificadores, dos verdes e dos engenheiros,
E desses defensores dos direitos comuns.

Comecemos a comer carne em sangue
E deixemos crescer as unhas,
Falemos e mastiguemos de boca aberta.

Deixemo-nos do queixume,
Da inveja e da pobreza,
Desta sujidade realista.

Porque cruéis eram os bárbaros.

As crias do citadino,
Chamam-se cosmopolitas.

10/25/2007

O jornal trazia chuva hoje.



furámos um pneu
quando já iam longe
os outros astronautas
e mudámos o pneu
quando já iam
ainda mais longe
os alienígenas




pour memeca
et andré (que já se orienta)

10/02/2007

Olá Lisboa

9/11/2007

Oddity is Good II

11-09-2007 - 16:40



Silêncio pelas vítimas

Foto: Eric Thaye/Reuters
in
publico.pt

9/10/2007

Assim que puder mato-te nos meus sonhos

Assim que puder mato-te nos meus sonhos.
Foges de mim como se não tivesse pernas,
Mas eu corro, e sei onde moras,
Bato à porta e finjo ser o leiteiro.

Assim que puder faço-te um buraco
No meio dos cornos.
E como tens medo do escuro
Deixo-te as luzes acesas.

Assim que puder jogo-te contra a parede,
E parto-te a cara com aqueles sapatos
De salto alto, que me ofereceste.

Espanco-te aos poucos porque temos tempo.

Assim que puder afogo-te à bruta na banheira
Equanto me esperas ao fim de semana.

Com cuidado, e muito, muito amor,
Vou-te matar, assim que adormecermos.

ao meu caro caríssimo Zé*

Nao é amor. [historias do limbo I]

A memória falha-me todos os dias, e em espaços
cada vez mais curtos.


A falta de tanto com que nos brindam na chegada à terra natal não custa a acreditar, aguarda-se. A esperança aqui não reina, sabe-se que esta história não mais se desenvolve em terreno gradual. Ocorre o esperado declínio no momento de correr a porta do avião do Eusébio e nas narinas entra o bafo da preguiça quente e forçada (a gosto).
A já ter efectuado a peripécia (de uma a três vezes no ano) decido desta feita, instalar-me por tempo alargado. Dando o braço, já torcido, à velha ligação saudosismo/sadismo.

Sejamos práticos, eu detesto calor.

Quando é feita a conversão ao chá e construída uma biblioteca em terreno virtual (para nao pesar nas viagens) estamos instalados onde nos der na real gana. E na situção descrita, não se abandona navio qual rato. Ratazana.
Deixei Londres a semana passada.
Com a fuga contínua à harmonia, tal como a vivência em constante desagrado, nasce um patrocinador insatisfeito. Porque raio não sabes tu o que fazer da vida?

Mas há que ser explicado, que o conforto sempre foi rei.

Com a insignificância dos anos pouco maduros e os calos ainda moles, existe algum prazer na partilha pouca do pouco que nos apetece, e em ouvir o muitíssimo de outrem.
Sem desgaste não há vontade, ama-se o comodismo. "No meu tempo não era assim". Hoje, é necessário cansar o corpo.
A nota da ultima ida ao supermercado espera ser sempre reciclada, não vá este pouco que ainda somos cair no nada e surgir a estupidez, própria das barbas ralas da idade. Deve no entanto, o que ainda é novo, pedir sempre mais, à semelhança de todas essas carcaças falantes em tempos idos.

Pois de momento, tudo deverá ser motivo de fascínio.



Anotado o presente, andamos já não tão para o lado.
E descobre-se, novamente, que o espaço inútil entre dois caracteres
é demasiado tempo morto.